A agente educativa Aline Biazebetti, de 27 anos, foi uma das pessoas que ajudou a socorrer as vítimas do atentado na creche Pró-Infância Aquarela, na manhã desta terça-feira (4), em Saudades, no Oeste catarinense.
“Consegui pegar uma criança no colo e levei de carro até o hospital. A princípio, pelo que informaram, sobreviveu. O menino tinha um corte na boca, perto do nariz e um no pescoço. Estava consciente e me olhava, mas estava pálido, por isso resolvi levar logo ao hospital”, contou.
A professora trabalha na creche no período vespertino e perdeu uma colega que trabalha na sala atrás da sua. Ela mora na frente da escola e relatou que ouviu gritos vindos da creche. “Foi um susto. Nunca pensamos que isso poderia acontecer aqui. Perdi colegas de profissão, é muito triste. São crianças pequenas, acho que ele tentou acertar o que via pela frente”, comentou.
Luto de três dias
O prefeito de Saudades, Maciel Schneider, decretou luto oficial de 3 dias no município. “É uma notícia muito difícil e inesperada para qualquer gestor público, principalmente em início de mandato. O sentimento é de revolta e, ao mesmo tempo, de muita tristeza. Uma coisa que nenhum pai merece passar. É desesperador, a ficha ainda não caiu”, desabafou o prefeito.
Suspeito está em estado grave
O suspeito dos assassinatos é um jovem de 18 anos, que entrou na creche com um facão e desferiu golpes contra as vítimas. Ele ficou gravemente ferido e foi conduzido ao município de Pinhalzinho, distante 11 km de Saudades.
Segundo informações preliminares, o jovem vivia isolado no mundo dos jogos de computador. O autor desferiu golpes também contra o próprio pescoço, além de abdômen e tórax, e foi encaminhado em estado gravíssimo ao Hospital em Pinhalzinho. Ele está sob escolta policial.
O que se sabe até o momento
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, duas crianças e uma professora morreram na hora. Uma terceira criança foi levada ao hospital, porém também não resistiu. As vítimas são bebês, todos menores de dois anos. Uma quinta vítima, uma mulher que trabalhava na escola também morreu no hospital, em Chapecó.
De acordo com o delegado de Pinhalzinho, Jeronimo Marçal Ferreira, o local foi isolado para perícia do IGP (Instituto Geral de Perícias). Os corpos das crianças e da professora ficaram na sala de aula onde ocorreu o crime até a chegada do IML (Instituto Médico Legal).
“O agressor chegou de bicicleta na escola por volta das 10h, portando uma faca grande. Cerca de 30 crianças estavam na escola no momento e ele invadiu uma sala de aula onde tinham quatro crianças, a professora e mais uma funcionária da escola”, conta o delegado.