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“Era cena de guerra”, relata vizinho de família mantida refém em SC

Após uma família ser feita refém durante quase todo o dia, os moradores da cidade litorânea de Balneário Gaivota, com quase 10 mil habitantes, no Extremo Sul de Santa Catarina tentam voltar a rotina.

Principalmente, os moradores da rua André Fioravante Minatto, onde está localizada a residência invadida por Cristiano Amaral Júnior de 28 anos que fez uma família refém neste terça-feira (5).

“Faz 38 anos que moro aqui e nunca tinha visto isso. Nunca mesmo, nem perto. Olha a rua do jeito que tá e o que era ontem (5) isso aqui. Ontem (5) era cena de guerra”, contou o morador da rua onde ocorreu o sequestro, o aposentado Amilton Speck em entrevista.

O aposentado, relata que todos os dias por volta das 7h15 o empresário do ramo da construção civil, alvo da ação de Cristiano, saia de casa para trabalhar e na sequencia a mulher dele de 36 anos, que foi a última refém a ser solta, passava na sequencia.

“Todo dia 7h15 ele passa aqui, mora aqui na terceira casa, ontem (5) ele passou aqui cumprimentou. Aí 7h30 veio a viatura em alta velocidade”, destacou. “Eles passaram até, depois deram a ré, desceram. Aí olhei que estava tudo de metralhadora. Nisso chegou o dono da casa”, completou o aposentado.

Ele relata que conversou com o empresário e durante toda a ocorrência os moradores não podiam fazer barulho e nem sair de carro.

“Chamei ele e perguntei para ele o que era. Ele me disse: ‘É um empregado meu que está louco’. Eu aqui não podia sair de casa. Era nove horas os policiais pediram para não fazer barulho para ele não achar que iam invadir a casa e trancaram meu portão”, relatou Speck.

Foram momentos de muita tensão, segundo o morador. “Quem que não fica com medo? Todo mundo fica. Não é porque é vizinho, mas é uma sensação ruim”, lembrou Speck.

Amilton Speck é vizinho da família e contou como foram os momentos de tensão na terça-feira (5) devido ao sequestro – Foto: Reprodução/NDTV

“Aqui é o Paraíso”, relata vizinha

Outra vizinha da casa onde a mulher e os três filhos do empresário foram mantidos reféns por Cristiano, destaca que a cidade é muito tranquila e nunca imaginava que isso poderia ocorrer.

“Isso aqui é uma tranquilidade. Isso aqui é o paraíso. Ontem já não foi assim, se precisas sair de carro aqui não podia. eles trancaram tudo aqui. Colocaram aquelas fitas. só podia ir na vizinha, na calçada”, afirmou a aposentada Marlene Amaral.

Após a mulher ser libertada das mãos do sequestrador, ela conta que conversou com a vítima. Segundo a vizinha, ela trabalha em uma loja no centro da cidade.

“Depois que largaram ela. Ela veio aqui pra frente. Eu fui ali conversar com ela, que me dou muito bem com ela, gente boa. Aí depois a Polícia diz que tentou entrar, ele agrediu com uma faca e daí eles atiraram e mataram ele”, lembrou. “Coitada dela e das crianças, que trauma”, ressaltou a vizinha.

Cristiano aproveitou o portão aberto , invadiu a casa do empresário e fez a família refém em Balneário Gaivota – Foto: Reprodução/NDTV

Perfil suicida do sequestrador

Após o término na ocorrência, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias dos fatos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Luiz Otavio Pohlmann, em princípio acreditava-se na hipótese de que Cristiano teria invadido a casa por ter sido dispensado pelo empresário. Porém, após depoimento das vítimas, a Polícia trabalha com outra hipótese.

Cristiano Amaral Júnior de 28 anos era natural do Rio Grande do Sul – Foto: Divulgação/NDTV

Cristiano Amaral Júnior de 28 anos era natural do Rio Grande do Sul

“Durante o correr do dia em nenhuma momento, depois conversando com as próprias vítimas, ele solicitou qualquer tipo de dinheiro e ele não solicitou o emprego de volta. O que mostra que a intenção dele ali foi um ato de talvez manter as vítimas como refém como uma forma depois de ele mesmo acabar sendo alvejado no final da ocorrência”, explicou o delegado em entrevista ao vivo no Balanço Geral Criciúma.

Cristiano já havia sido preso e cumprido pena por roubo e envolvimento com drogas no Rio Grande do Sul. E a Polícia suspeita que ele tenha se drogado durante todo o final de semana.

“Ele já é oriundo do sistema prisional do Rio Grande do Sul. Lá já tinha cumprindo alguns períodos de prisão, passagens por roubo e envolvimento por droga. Ontem (5) durante a ocorrência restava evidente que ele havia consumido entorpecentes durante a semana passada, no final de semana, e, ainda estaria sob efeito”, comentou o Pohlmanna.

O sequestro

Durante a manhã, até o final da tarde, Cristiano manteve refém a família de uma empresário da construção civil em Balneário Gaivota. Ele havia sido dispensado pelo empresário devido a faltas. Ele aproveitou a saída do empresário para invadir a casa e fazer a mulher, 36 anos e os filhos dele de 16, 12 e quatro anos reféns.

Viaturas da Polícia Militar, Polícia Civil, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e uma ambulância do Corpo de Bombeiros Militar foram acionadas ainda pela manhã e os agentes iniciaram as negociações.

Durante o dia, o sequestrador foi libertando os filhos do casal. Inclusive, pediu para conversar com um jornalista e falou em tom de despedida. Pedindo desculpas a família do empresário e a própria família. Durante a tarde, ele liberou o último filho do casal e manteve a esposa refém. Após quase dez horas de negociações ele a libertou.

Após libertar a mulher, ele supostamente atacou os policiais e foi morto.
“A Polícia deu todos os caminhos para a rendição. Foram usados mecanismos não letais. Mas, mesmo assim, ele atentou contra o policiais com a faca que vinha usando”, destacou o delegado.



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