Ronaldo Kalbusch, que encontrou o corpo do próprio filho dentro de uma mala no último fim de semana, falou sobre os momentos de angustia vividos pela família nas últimas semanas.
O morador de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, procurava o filho, Renan Kalbusch, desde 4 de maio, quando o jovem de 21 anos despareceu.
Renan foi visto pela última vez no dia 4 de maio, por volta das 14h. A família, no entanto, só percebeu que ele havia desaparecido no dia 5. Até então, todos achavam que o jovem estava apenas em seu quarto.
O pai conta que chegou a esperar mais um dia até registrar o boletim de ocorrência, na esperança de que Renan pudesse retornar para casa. Como isso não aconteceu, ele informou à Polícia Civil sobre o desparecimento do filho no dia 6 de maio.
Por quase uma semana os familiares ficaram sem notícias de Renan, até que no dia 12 de maio um pescador encontrou o que seria a perna do jovem. O membro estava boiando no rio Itajaí-Açu, no bairro Canta Galo.
A notícia chegou até Ronaldo através de uma mensagem no WhatsApp. Ele conta que imediatamente pensou que poderia ser do filho.
“Imaginei que era um membro dele. […] Fui buscar minha esposa no serviço e o meu pequeno no colégio. Deixei o pequeno em casa e fui até a delegacia com a minha esposa. Assim que cheguei na delegacia, o delegado Tiago [Cardoso] me ligou, mas eu já estava lá. Ele mostrou a foto do membro, daí eu reconheci a tatuagem que era uma cruz”, conta Ronaldo.
Depois disso, o pai conta que passou a fazer buscas no rio Itajaí-Açu por conta própria, junto de um conhecido que possui uma bateira. No dia 15 de maio, ele encontrou mais dois membros que poderiam ser do filho.
Ele acionou o Corpo de Bombeiros que, segundo Ronaldo, demorou mais de uma hora para ir ao local. “Eu até comentei para o meu colega que a demora tirou o nosso tempo que é curto. Era de tarde, logo anoiteceria”, comenta o pai.
Ronaldo chegou a fazer mais algumas incursões ao rio até que no dia 20 conseguiu localizar mais uma perna do jovem. Dessa vez o Corpo de Bombeiros não foi até o local, apenas o IGP (Instituto Geral de Perícias) e a Polícia Civil.