Técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se reuniram na manhã desta quarta (11), em Brasília, e decidiram liberar os testes com a CoronaVac.
O órgão suspendeu os estudos com a vacina chinesa no Brasil nesta segunda-feira (9) após o que chamou de um “evento adverso grave”.
Em nota, a Anvisa afirmou que a suspensão teve caráter técnico e que “foram considerados os dados que eram de conhecimento da Agência até aquele momento e os preceitos científicos e legais que devem nortear as nossas ações, especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência, a cautela decisória quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano”.
Após a análise dos dados apresentados, a Anvisa afirmou que existem subsídios suficientes para que o estudo seja retomado e que segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre a causa da situação inesperada e a vacina.
“Importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia. A suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela Anvisa com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo”, afirmou o órgão.
A Anvisa complementou que tem o compromisso “com a população brasileira de atestar a qualidade dos dados dos estudos clínicos e a segurança dos voluntários, conferindo também o máximo de celeridade ao processo”.
Suspensão do estudo
A paralisação dos estudos gerou um post do presidente Jair Bolsonaro em uma rede social no qual ele escreveu que havia conseguido mais uma vitória sobre João Doria, governador de São Paulo. A postura do presidente causou uma série de reações negativas e a Anvisa também passou a receber diversas críticas.
O governo de São Paulo e o Instituto Butantan, que desenvolve a CoronaVac no país, durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (10), afirmaram que o “evento adverso grave” nada tem a ver com a vacina.
Mais tarde, a TV Cultura divulgou a informação de que um voluntário que recebeu a dose da CoronaVac havia se suicidado no final de outubro. Até o momento não se sabe se este voluntário recebeu a vacina de fato ou se um placebo.
A Anvisa, numa entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, afirmou que não havia recebido todas as informações dos Instituto Butantan e não tinha conhecimento de que o possível problema com a vacina seria um suicídio, informação que não foi divulgada inicialmente a pedido da família do voluntário.