O ato do dia ‘1º de Maio’ com Lula, Boulos, alguns ministros e representantes sindicais foi custeado em parte com recursos da Lei Rouanet. A reportagem é do Estadão. O evento aconteceu nas dependências da Neo Química Arena, estádio do Corinthians.
De acordo com o jornal paulista, a produtora responsável pelo evento captou R$ 250 mil por meio da lei de incentivo à cultura, segundo dados do Sistema de Acesso às Leis de Incentivo à Cultura (Salic). Trata-se de dinheiro de um doador privado, mas que é depois abatido dos impostos devidos por quem doou.
A produtora responsável pelo show é a ‘Veredas Gestão Cultural’, sediada no Rio de Janeiro. Ao cadastrar o projeto na Lei Rouanet, a produtora foi autorizada a levantar até R$ 6,3 milhões.
Mas só um “incentivador” topou financiar o 1º de Maio. Trata-se da faculdade privada de medicina sediada em Campinas (SP) São Leopoldo Mandic.
Batizado de ‘Festival Cultura e Direitos’, o evento teve apresentações dos rappers Dexter, Afro X e Roger Deff, além dos pagodeiros Ivo Meirelles, Arlindinho e Almirzinho. A apresentação ficou por conta de Sérgio Loroza e da MC Pamelloza.
Durante o evento, Lula pediu votos abertamente para Boulos (Psol-SP). “(Boulos) está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal. Então ele está enfrentando três adversários e, por isso, eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo, cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010 e em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse.
O petista também reclamou da baixa quantidade de pessoas no evento e responsabilizou seu ministro, dizendo que a organização estava mal feita. “Não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar. De qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com um milhão, mas se for necessário falo com a senhora maravilhosa que está ali na minha frente [em direção a uma mulher que estava no público].” (veja abaixo!)
A transmissão foi feita pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e estava inclusive no canal oficial da empresa no YouTube, de onde foi depois removida.
Além da Lei Rouanet, o festival também teve patrocínio da Petrobras e do Conselho Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria). Ao jornal digital Poder360, a Petrobras confirmou ter apoiado o ato, por meio do programa Petrobras Cultural. Disse ainda que o patrocínio cumpriu todos os requisitos jurídicos necessários. “Com o patrocínio, a Petrobras busca reforçar sua imagem como apoiadora da cultura brasileira”, disse a estatal.
Via: Direitaonline (Foto: EBC; Fonte: Estadão)