“Semblante de quem não achava que seria presa e vê a polícia entrando em casa”. Foi assim que o delegado de Balneário Piçarras, Rodrigo Andrade, descreveu a reação da candidata à vereadora de Itajaí, presa na manhã desta terça-feira (27) em operação contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Segundo o delegado, a operação não teve cunho político, e a polícia chegou até ela e ao marido, que ocupa cargo comissionado na Prefeitura de Itajaí, antes de saber que ela seria candidata.
O papel da candidata no esquema era de aquisição de bens com o dinheiro do tráfico: imóveis de luxo e carros, que foram apreendidos na operação. É possível, ainda, que o dinheiro do tráfico também possa ter sido usado na campanha da candidata, segundo o delegado.
As prisões foram feitas em Itajaí. Em Barra Velha, Penha, Navegantes, Imbituba e Piçarras foram localizados 24 imóveis, que a polícia estima valerem mais de R$ 13,5 milhões, além de carros, totalizando cerca de R$ 500 mil e R$ 3,2 milhões em espécie, sendo 400 mil em dólares e o restante em reais.
Segue foragido o irmão da candidata, um traficante conhecido pela polícia que vem sendo preso desde os anos 1990. O marido dela também foi preso, e segundo o delegado já tinha várias passagens e prisões anteriores.
A investigação iniciou há nove meses. Nesta terça, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão.
Com o cumprimento das buscas e das prisões, o delegado tem 30 dias para concluir as investigações. Outros imóveis ainda podem ser identificados e apreendidos.
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