Os impactos do ciclone extratropical continuam marcando presença no Vale do Itajaí ao longo desta quinta-feira (13). A preocupação que até então era relacionada às chuvas, passa a ficar concentrada nas previsões de fortes rajadas de vento em toda a região.
O nível do rio Itajaí-Açu em Blumenau, que chegou a alcançar 5,99 metros na tarde de quarta-feira (12), estava na marca de 5,69 metros na manhã desta quinta-feira (13), em tendência de queda.
Ainda no Vale do Itajaí, na região de Brusque, o coordenador municipal da Defesa Civil Edevilson Cugik informou que não houve registro de novas ocorrências nas últimas horas. Às 07h10 da manhã, o nível do rio Itajaí-Mirim estava na marca de 1,10 metro, considerado dentro da normalidade.
Alto Vale do Itajaí
Em Rio do Sul, principal cidade da região, o nível do rio Itajaí-Açu continuava elevado, marcando 7,29 metros às 07h30 da manhã desta quinta-feira (13), com tendência de estabilidade e queda.
Segundo a Defesa Civil da cidade, apenas uma família com nove pessoas buscou abrigo, no bairro Barragem, temendo um alagamento em sua casa. Os pertences pessoais e parte da mobília da casa onde a família morava foram transportados por um caminhão da prefeitura até um abrigo montado no bairro Budag, onde funcionava uma escola atualmente desativada.
Ao todo, foram oito ocorrências de pequena monta atendidas na cidade de Rio do Sul e pequenos pontos de alagamento, de forma pontual. Um local conhecido por ser a primeira ponte alagável de Rio do Sul, conhecida como Ponte da Ximbica, acabou inundada e encontra-se interditada.
Não houve relato de ocorrências relacionadas a vendaval em Rio do Sul, diferentemente do que ocorreu em Trombudo Central, onde uma forte ventania derrubou várias árvores. Nas últimas horas, o Corpo de Bombeiros Militar da região foi chamado para dar apoio à Defesa Civil local, em virtude da ventania.
Houve trabalhos para poda da vegetação que invadiu a pista na SC-112, próximo ao Clube de Idosos da cidade, em dois pontos distintos, totalizando cerca de cinco árvores removidas. Mais quatro árvores caídas sobre a fiação elétrica da rua Getúlio Vargas no Centro da cidade, também foram removidas, próximo a um Posto de Saúde.
Na área central de Trombudo Central, mais cinco árvores caíram sobre a rua Jorge Lacerda, próximo da antiga Secretaria de Obras. Outra árvore acabou caindo sobre a rua Frederico Schutte, no bairro Lorenal, próximo ao Cemitério Municipal.
Os Bombeiros de Trombudo Central também informaram que houve um ponto de alagamento durante a noite de quarta-feira (12) na rua Jorge Lacerda, no bairro Estação. Os militares também forneceram lonas aos moradores de casas destelhadas na altura do km 05 da SC-112 e também no bairro Lorenal.
As cidades de Presidente Getúlio e Dona Emma, que chegaram a cancelar aulas após a forte chuva da madrugada de quarta-feira (12), retomaram as atividades escolares nesta quinta-feira (13).
Conforme a Defesa Civil de ambas as cidades, não houve registro de novas ocorrências, embora tenha chovido na região, com trovoadas e fortes rajadas de vento. Os Bombeiros Voluntários de Presidente Getúlio não registraram ocorrências nas últimas horas relacionadas às ações do tempo.
As barragens Oeste, de Taió, e Sul, de Ituporanga, continuam com todas as suas comportas fechadas. Elas registravam nesta manhã níveis de água em 58,43% e 46,55% de sua ocupação, respectivamente.
Em Taió, segundo a Defesa Civil local, o rio Itajaí do Oeste continua em tendência de queda, marcando 6,83 metros às 7h da manhã. O órgão municipal de acompanhamento meteorológico informa que não há previsão para iniciar a abertura das comportas da barragem da cidade, já que o rio continua em nível alto, em Rio do Sul.
Preocupação continua, principalmente com o vento
A Defesa Civil de Santa Catarina emitiu um alerta de frio intenso e declínio acentuado das temperaturas a partir das 9h desta quinta-feira (13), válido para todas as regiões do Estado.
Ainda de acordo com a nota meteorológica, o avanço de uma massa de ar frio provoca a queda das temperaturas. Durante todo o dia, os ventos causados por um ciclone extratropical deixam a sensação térmica ainda mais baixa, provocando frio intenso.
Segundo o meteorologista Caio Guerra, da Defesa Civil, à medida que o ciclone vai se afastando para o alto mar, passa a atuar uma intensa massa de ar frio.
“Combinado com os ventos intensos do ciclone teremos a sensação de bastante frio e a presença de um fenômeno chamado de inversão térmica: quando as temperaturas máximas ocorrem pela manhã e vão caindo ao longo do dia”, explica o profissional.