O Brasil sofre com altas temperaturas que chegam a sensação térmica de 60°C, como as registradas no Rio de Janeiro na última sexta-feira (17). Enquanto isso, Santa Catarina continua com previsão de chuva intensa para o Estado ainda nesta semana.
De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina em uma previsão divulgada nesta segunda-feira (20), ainda nesta semana, após os estragos causados pela força da água, são esperadas mais chuvas para o Estado.
Ao longo da manhã desta segunda-feira (20) o tempo fica firme no Estado. No entardecer, a atmosfera ganha nuances diferentes: a nebulosidade aumenta por Santa Catarina, e a expectativa é de chuva fraca e isolada no Grande Oeste.
A chuva fraca, de acordo com a pasta, é resultado do combo entre o calor e a umidade, podendo até mesmo dar lugar a temporais bem isolados nesse período.
No Litoral Norte, a história é diferente, com a chuva fazendo uma aparição devido à circulação marítima. O risco para ocorrências associadas é baixo, mas a natureza nos lembra de sua imprevisibilidade.
À noite, o vento varia de nordeste a leste, com rajadas de 30 a 50 km/h no Litoral Sul, adicionando um toque especial à atmosfera noturna.
As temperaturas oscilam entre extremos, com mínimas próximas dos 10°C na Serra e máximas atingindo 34°C no Oeste e Extremo Oeste. No Meio-Oeste, Planalto Norte e Litoral Sul, a variação fica entre 25 e 30°C, enquanto nas demais regiões, as máximas marcam entre 22°C e 26°C.
A chuva volta
Na terça-feira (21), a madrugada e a manhã terão formação de nevoeiros do Meio-Oeste ao litoral. Ao longo do dia, o céu intercala momentos de nuvens e aparições do sol.
Contudo, a tarde e a noite trazem uma reviravolta em toda Santa Catarina. O cenário muda com pancadas de chuva e temporais isolados. São previstas rajadas de vento, eventual queda de granizo e alagamentos pontuais.
A área mais afetada pelas chuvas abrange do Extremo Oeste ao Litoral Sul, uma coreografia climática intensificada pelo forte calor e a formação de uma nova frente fria no Rio Grande do Sul.
As temperaturas, por sua vez, serão de mínimas que variam entre 12°C e 16°C nos planaltos, entre 20°C e 24°C no Oeste e Extremo Oeste, e marcação entre 15°C e 21°C no restante do estado.
As máximas variam entre 26°C e 31°C no Planalto Sul, Vale do Itajaí, na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, e atingem entre 30°C e 35°C nas demais regiões.
Frente fria e chuva
Na quarta-feira (22), a frente fria avança pelo Estado associada a um sistema de baixa pressão, mantendo o tempo instável com chuva em todas as regiões.
As pancadas de chuva e temporais isolados, que vêm acompanhados de descargas elétricas, rajadas de vento, eventual queda de granizo e chuva intensa, já iniciam no período da manhã pelas regiões de divisa com o Rio Grande do Sul, indo em direção às demais áreas ao longo da tarde.
À tarde, as temperaturas máximas variam entre 25°C e 28°C no Grande Oeste e de 23°C a 26°C nas demais regiões.
Ao longo da quinta-feira (23) a frente fria avança por Santa Catarina associada a um sistema de baixa pressão, mantendo o tempo instável com chuva em todas as regiões.
De acordo com a Defesa Civil, em alguns momentos a chuva pode cair de forma intensa, acompanhada por temporais, com raios, rajadas de vento e granizo.
Entre a madrugada e a manhã da sexta-feira (24), o sistema convectivo segue atuando provocando chuva no Grande Oeste e do Centro ao Norte do Estado, mas com o afastamento da frente e a entrada de um sistema de alta pressão na sua retaguarda, o tempo estabiliza em todas as regiões e a chuva para entre a tarde e à noite.
Calor extremo no Brasil
O calor intenso que tem marcado boa parte do Brasil nos últimos dias está se tornando cada vez mais comum nas últimas três décadas, refletindo claramente os impactos das mudanças climáticas. O que costumava ser considerado uma anomalia meteorológica agora se transforma em algo rotineiro, inclusive em áreas do país antes conhecidas por seu clima mais ameno.
Um novo estudo divulgado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) na última segunda-feira (13) corrobora essa observação, apresentando um levantamento sobre a incidência de ondas de calor no território brasileiro desde os anos 1960 até os dias atuais. Essa análise foi realizada para fornecer subsídios à atualização do Plano Nacional de Adaptação, formulado em 2016.
No período de 1961 a 1990, a média de dias por ano sob ondas de calor não ultrapassava sete. Entre 1991 e 2000, esse número saltou para 20 dias; na década seguinte, dobrou para 40. Nos anos mais recentes, entre 2011 e 2020, o Brasil registrou, em média, 52 dias por ano com temperaturas mais elevadas.
O estudo também apontou um aumento gradual das anomalias de ondas de calor em praticamente todo o território brasileiro, com exceção da região Sul, parte sul do estado de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul. O calor não só intensificou-se nas áreas tradicionalmente mais afetadas, como o Nordeste, mas também no Norte.
Entre 1991 e 2000, o estudo de referência, as anomalias de temperatura máxima não ultrapassavam cerca de 1,5ºC. Contudo, na última década, chegaram a atingir 3ºC em alguns locais, especialmente no Nordeste e áreas circunvizinhas. No período de referência, a média de temperatura máxima nos estados nordestinos era de 30,7ºC; esse valor aumentou para 31,2ºC entre 1991 e 2000, 31,6ºC entre 2001 e 2010, e atingiu finalmente 32,2ºC entre 2011 e 2020.
Via: ND+