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Exclusivo: Conheça o plano de SC para vacinar a população contra a Covid-19

São mais de 3.800 mortos e 383 mil casos confirmados de Covid-19 em Santa Catarina. Mesmo com as restrições adotadas, o vírus se alastra de forma rápida. A curva ascendente de contaminação amplia a ânsia pelo antídoto que vai aliviar os males da pandemia: a tão aguardada chegada da vacina.

Enquanto o Governo Federal define as diretrizes para a vacinação, os estados preparam a logística para imunizar a população. Em Santa Catarina, os insumos já foram adquiridos e a Secretaria Estadual de Saúde avalia ampliar a rede de frios para poder receber vacinas que exijam temperaturas de ultracongeladores.

O Estado ainda aguarda orientação do Governo Federal se os recuperados da Covid-19 serão considerados imunizados e descartados do plano de vacinação. Também estuda a possibilidade de comprar doses extras de vacinas, caso as que forem fornecidas pelo Ministério da Saúde não sejam suficientes.

O secretário estadual de Saúde descarta a possibilidade de firmar protocolos de forma direta com laboratórios. “Isso não faz sentido. Fazer movimentos individuais é muito perigoso”, diz André Motta.

Definição de quem será vacinado no Estado

O Governo Federal ainda não lançou o plano nacional de imunização, mas divulgou as quatro fases da vacinação conforme os grupos que devem ser priorizados.

Conforme Motta, ainda é preciso decidir se as pessoas que já contraíram o vírus no Estado também serão vacinadas. Em princípio, essas pessoas já teriam produzido anticorpos para o coronavírus, no entanto, há registro de casos de reinfecção.

“Nós temos 7 milhões e 200 mil habitantes em Santa Catarina e hoje nós temos quase 400 mil casos confirmados. Isso numa conta que é trazida na estatística da área médica, nós temos que multiplicar esse número por 10. Oito pelo menos. Em tese, nós temos a metade da população catarinense já positivada pela Covid, e é isso que vai determinar o quantitativo de doses iniciais. Se vamos vacinar todos ou se vamos vacinar apenas aqueles que não positivaram ainda para Covid. A partir daí se determina o quantitativo”.

Conforme o anúncio do Governo Federal, idosos, pessoas com comorbidades, profissionais da saúde e presos serão priorizados. “Esses têm a prioridade. Mas vai definir se a vacina vai ser utilizada para aquele que também já é positivo ou não. Se for também pra quem já é positivo, o número é maior. Nós somos então 7 milhões e 200 mil pessoas, e provavelmente teremos que vacinar num primeiro momento um terço da população”.

Quantidade de doses e logística de pessoal, transporte e armazenamento

Milhões de doses de vacinas são aplicadas na população catarinense todos os anos. São mais de 20 vacinas que possuem uma logística própria de produção, armazenamento e distribuição. A chegada da vacina contra a Covid-19 vai demandar uma logística nova.

Enquanto as outras vacinas que já são aplicadas no Estado são disponibilizadas para faixas etárias específicas e grupos menores, no caso da vacina da Covid-19, todas as faixas etárias são elegíveis para a vacinação. A imunização vai demandar uma quantidade maior do que a usual.

Após a aprovação da vacina, o Governo Federal terá que administrar junto aos Estados e municípios a logística de armazenagem e transporte.

As vacinas da demanda habitual costumam chegar por via terrestre e ficam num depósito central para depois serem distribuídas para as regionais e os municípios. A tendência é que a vacina da Covid-19 siga o mesmo modelo.

“Essa é a lógica também para o Covid-19. Essa é uma vacina que provavelmente ela só vai poder ser transportada via terrestre principalmente se elas forem vacinas que necessitem de temperatura negativa muito grande porque se utiliza nitrogênio líquido para fazer o congelamento e não se pode colocar, por exemplo, em avião, nitrogênio líquido. Por uma questão de segurança”, diz Motta.

Outro desafio é o gerenciamento do pessoal do serviço médico para atender a demanda de vacinação da Covid-19. “Nós estamos planejando essa logística. Entendendo quantas são as salas de vacinação espalhadas pelo Estado, se há a necessidade de acréscimo, entendendo quais são as equipes que estão treinadas para a vacinação. E também entendendo se há necessidade de aumentar esse RH, de aumentar o treinamento desse pessoal”, diz Motta.

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