Após 12 dias do ataque a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no Vale do Itajaí, a Polícia Civil revelou na tarde desta segunda-feira (17) detalhes do roteiro feito pelo autor no dia no crime que vitimou quatro crianças e deixou outras cinco feridas no dia 5 de abril.
“Tentamos definir a dinâmica do crime, desde os momentos de terror na creche, como também o percurso desenvolvido pelo autor naquele dia. Desde da saída da sua residência, até a sua prisão junto ao Batalhão da Polícia Militar. Então diligenciamos no sentido de identificar câmeras e imagens de câmeras de monitoramento pela cidade de Blumenau de diversas residências, estabelecimentos comerciais e também aquelas cedidas pela Prefeitura de Blumenau”, disse o delegado de Polícia Civil, Rodrigo Reitz.
A Polícia Civil, aliada a sequência lógica das imagens, depoimentos e inclusive as informações prestadas pelo agressor, montou um panorama do crime que chocou a cidade de Blumenau.
“A gente delimitou a parte da residência dele, uma creche que seria o ponto inicial e que ele poderia também atacar, talvez seria a ideia inicial dele. A academia de musculação, que ele praticou atividade física. Saindo da academia de musculação ele rumou até a creche, o Centro de Educação Infantil cantinho Bom Pastor, localizada na rua dos Caçadores, ele praticou os crimes nesse local e depois ele rumou até um posto de combustíveis, localizado aproximadamente 150m do Batalhão da Polícia Militar e posteriormente foi até a guarita do batalhão para se entregar”.
Segundo o delegado, depois disso, ele foi para a academia de musculação, localizada no no bairro Itoupava Seca. “Nós acreditamos que ele tenha entrado na academia por volta das 8h16. Aqui é um dado da academia. A gente pode ver ali, 8h37, ou seja, 21 minutos depois que ele entrou na academia, realizou o exercício físico, ele realizou ainda o pagamento da mensalidade da academia, a gente acredita que até 8h39 ele saiu da academia. Saindo da academia ele vai até a creche onde ocorreu os crimes”.
A investigação revelou que o autor do ataque parou em frente a creche, olha por cima do muro e aparece se alongando. “Ele se estica, se alonga por 50 segundos, ele para em frente a creche, abre o baú, pega a machadinha e pula o muro. Em seguida, 20 segundos depois, ele retorna pelo mesmo muro. Ela permaneceu na creche por cerca de 20 segundos. Nesse ponto, dada a nervosismo, o pedal de partida foi quebrado. Em seguida, já realizado o crime, ele emprenha fuga”, apontou o delegado.
Minutos depois, ele vai até um posto de combustível e na sequência, se entrega no 10º Batalhão de Polícia Militar de Blumenau. “Ele comprou uma agua e um cigarro. Ele fica no posto por três minutos, aproximadamente. Ele sai do posto e vai em direção ao batalhão de polícia militar, que fica a 150m dali. Às 9h08 ele se entrega. Se apresenta como autor dos fatos. Os policiais naquele momento não tinham a dimensão e nem exatamente que crime que ele tava se apresentando. Os policiais até questionaram o motivo que ele estava se apresentando. ‘Vocês logo vão saber, cometi um crime de grande repercussão, eu matei uma criança e logo vocês vão saber o motivo de eu estar me entregando’”, finaliza o delegado Rodrigo Reitz.
Relembre o caso
Na última quarta-feira (5), a Creche Cantinho Bom Pastor, no bairro da Velha, foi alvo de um ataque que matou quatro crianças e deixou outras cinco feridas.
Um homem de 25 anos pulou o muro da instituição e tirou a vida das crianças ao agredi-las com uma machadinha. Em coletiva, o governo do Estado confirmou que o homem tinha outras quatro passagens pela polícia, entre elas por tentar esfaquear o padrasto. Ele se entregou à polícia logo após cometer o crime.