A partir desta segunda-feira (14), a Petrobras vai elevar em 5,9% o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GPL), o chamado gás de cozinha, para R$ 3,40 por quilograma, o que representa uma alta de R$ 0,19 por quilo. No início de junho, o preço do botijão chegava a mais de R$ 100,00 em alguns Estados do país.
Distribuidoras e revendedores são livres para definir se e como repassarão o aumento. De acordo com a petroleira, o reajuste para as distribuidoras segue o equilíbrio com o mercado internacional e acompanha as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio.
A companhia ainda destacou que o alinhamento dos preços entre os mercados, interno e externo, é essencial para garantir o fornecimento do gás de cozinha ao mercado brasileiro e evitar o risco de desabastecimento nas regiões do país.
Em janeiro, o preço do gás de cozinha teve um aumento de 6%. No mês seguinte, a alta foi de 5,1%. Já em março, o reajuste médio chegou a R$ 0,15 por quilo e, em abril, o aumento foi de 5%.
Combustível
Na 6ª feira (11), a petroleira comunicou o reajuste no valor da gasolina e do diesel. O primeiro teve uma diminuição de 2% no preço repassado para as distribuidoras. Já o diesel manteve o valor médio.
Encarecimento
Desde maio do ano passado, o preço do botijão subiu cinco vezes mais do que a inflação. Com o desemprego batendo à porta, o custo do gás virou um problema social, a ponto de merecer políticas públicas emergenciais dos governos do Ceará e do Maranhão.
O preço do botijão disparou no segundo semestre do ano passado. O pior momento, no entanto, foi neste ano. Segundo o IPC-S, indicador de inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), utilizado em reajustes salariais e de aluguel, o preço subiu 11,45% de janeiro a abril e 17,25% nos 12 meses iniciado em maio de 2020, enquanto a inflação foi de 3,5%.
“O GLP é o principal energético usado no preparo de alimentos por famílias de baixa renda. É o gás que entra em comunidades do Brasil todo. Algo que sobe mais que a média do salário exige muito esforço das famílias. Num nível de desemprego elevado como o atual, é ainda mais sentido. Ficar sem gás é ficar sem comida”, afirmou André Braz, coordenador adjunto do Índice de Preço ao Consumidor do Ibre/FGV.