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Produtor catarinense não é o responsável pelo preço do arroz, aponta Epagri/Cepa

Os altos preços pagos pelo arroz alcançaram uma pequena parcela dos produtores catarinenses, avalia Gláucia Padrão, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa). “De janeiro a julho, período da colheita do grão no Estado, aproximadamente 87% da produção já havia sido comercializada, ao preço médio de R$ 51,42 pago pela saca de 50kg”, informa a economista. “A culpa não é do produtor, quando se fala que o preço ao consumidor está aumentando”, sentencia.

Em agosto, cerca 2,5% da produção foi comercializada ao preço médio de R$ 65,85. Em setembro, espera-se que apenas 2,5% da produção seja comercializada. Até o final do ano, restam aproximadamente 8% da produção para ser vendida, que pode alcançar preços maiores.

No mês de agosto os preços pagos ao produtor catarinense valorizaram 12,22% em relação a julho, enquanto no mercado gaúcho a variação dos preços foi de 17,52%. Já na primeira quinzena de setembro, os preços pagos ao rizicultor catarinense aumentaram 26,56%, tendo como média parcial R$ 83,34 pagos pela saca de 50kg.

No Rio Grande do Sul, os preços ultrapassaram R$100,00 a saca de 50kg na primeira quinzena de setembro, representando uma variação de 30,56% em relação à média do mês anterior.

Comportamento atípico fez o valor aumentar ao consumidor

Gláucia destaca o comportamento atípico dos preços pagos pelo arroz, principalmente a partir do mês de abril. O normal é que, entre fevereiro e junho, aconteça uma queda acentuada nos preços em função do período de colheita, que aumenta a oferta interna. “Contudo, o avanço da pandemia e as incertezas quanto ao abastecimento provocaram uma corrida aos mercados, reduzindo ainda mais os estoques industriais do grão, o que refletiu nos preços”, descreve a analista.

A partir de julho, o comportamento esperado para os preços ao produtor é de aumento. Isso se justifica pelo fato de boa parte da safra ser comercializada imediatamente após colheita, diante da necessidade dos produtores em fazer caixa. “Assim, resta para comercialização apenas o arroz dos produtores capitalizados, que conseguem esperar para alcançar melhores preços no segundo semestre”, explica Gláucia.

A safra 2019/20 de arroz foi maior que a média, mas mesmo assim os preços seguiram altos. “A demanda é o principal fator que tem segurado os preços em patamares tão elevados”, pondera a analista da Epagri/Cepa. Ela lembra que o aumento das exportações do grão em 2020 foi outro fator importante de manutenção dos preços elevados.

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Via: JDV



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