Na última quinta-feira (7), o Instituto Butantan anunciou que a vacina chegou a 78% de eficácia em casos leves e 100% em graves e moderados.
Embora o percentual seja menor do que o anunciado inicialmente, está acima do índice de 50% exigido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
“Nenhuma outra companhia que está desenvolvendo vacina apresentou dados de forma detalhada antes da autorização do uso emergencial. E nós estamos aqui fazendo isso”, disse o presidente do instituto, Dimas Covas.
Ele argumentou que a Coronavac foi posta aos mais diversos desafios, testada entre profissionais de saúde, com alta carga viral circulando.
“Nenhuma das outras vacinas foi feita em população com incidência acima de 20%, nas demais em incidências normais até 5%. Nenhuma foi desafiada da maneira como essa vacina foi”, acrescentou.
A taxa de eficácia é uma probabilidade, calculada a partir da análise de pessoas que contraíram o coronavírus no grupo que recebeu a vacina em comparação com os que tomaram placebo.
O diretor médico de pesquisas clínicas do Instituto Butantan, Ricardo Palacios, explicou que o patamar menor do que outras vacinas se deu porque os testes no Brasil foram realizados apenas em profissionais da saúde que lidavam diretamente com casos de covid-19.
“Isto não é a vida real exatamente, não é o que acontece na comunidade, o que acontece entre nós. É um teste artificial no qual selecionamentos aquela população em que a vacina poderia ser testada com a barra mais alta”, disse em apresentação nesta tarde.
Os resultados foram obtidos a partir da análise de dados de 9.252 voluntários. Destes, 4.653 tomaram a vacina e outros 4.599 receberam placebo.
No grupo da vacina, ocorreram 85 casos de covid-19 (11,74%). O grupo placebo registrou 167 pessoas com covid-19 (23,64%).
Dos que foram vacinados e tiveram covid-19, 78% deles apresentaram quadros leves. Não houve casos moderados ou graves. Ou seja, a eficácia contra covid-19 severa foi de 100%.
A CoronaVac será usada, uma vez que seja aprovada pela Anvisa, no plano nacional de imunização contra Covid-19, do SUS.
O Ministério da Saúde já se comprometeu com a compra de 46 milhões de doses até abril, além de uma opção de mais 52 milhões posteriormente, caso haja demanda.
O Butantan pediu autorização de uso emergencial da vacina junto à Anvisa para o uso das primeiras 6 milhões de doses. A conclusão dos técnicos deve ocorrer até domingo (17).